DICAS PRÁTICAS para uma vida minimalista e mais consciente
Nunca gostei do excesso, do desperdício, sempre me preocupei com o meio ambiente e sou obcecada com a funcionalidade e utilidade das coisas.
Neste artigo abordo o minimalismo associado ao mundo consumista em que vivemos, mas gostaria de lembrar que uma escolha de vida minimalista vai muito além de CONSUMO, aliás, escolher um estilo de vida minimalista é muito mais sobre escolher os SIM’s que você dá, do que os NÃO’s.
Confira 6 dicas que vão te ajudar à tomar consciência e criar hábitos dignos de um Minimalista:
- Entra Um, Sai Um
Se o espaço dedicado à determinado item está cheio, é hora de desapegar de um pro próximo entrar. Vale pro guarda roupa, cabideiro, sapateira, estante de livros, caixa de lembranças, etc.
Determine o espaço limite, não ultrapasse.
Eu confesso que gosto de guardar tranquerinhas de viagem, ticket de trem, aqueles guardanapos timbrados e pequenos bibelôs. Mas logo que percebi essa minha tendência, eu separei uma caixa e me limitei aquele espaço para que as coisas não saíssem de controle.
Pra mim são itens especiais e de valor emocional e ninguém pode dizer o contrário. Mas se você não estipular limites desde o início, alguns hábitos ingênuos podem se tornar um grande pesadelo.
Já vi acontecer com sacolinha de supermercado, sapatos e até papel de presente. Qual é o seu apego?
- Espere 48h antes de comprar algo caro
Escolha um limite de gasto (R$ 100/500/1000?) e quando houver desejo de comprar algo acima desse valor espere pelo menos dois dias para tomar uma decisão final. Você vai ver como a maior parte das compras que fazemos são impulsivas e como desejo é totalmente diferente de necessidade.
Já aconteceu algumas vezes comigo de sair da loja e ficar sonhando com determinado item pelos próximos dias, e aí eu tive a certeza de uma potencial compra consciente. Mas em 9 de 10 casos eu volto pra casa e chego à conclusão e ao sentimento de alívio de “Que bom que eu resisti, eu nem precisava daquilo mesmo”.
O minimalismo se destina a promover as coisas que valorizamos e remover qualquer coisa que nos distraia.
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- Considere pegar emprestado e emprestar sempre que possível.
Não precisamos POSSUIR tudo, talvez um vizinho ou familiar tenha o item que você precise usar somente naquele final de semana.
Alugue vestido, pegue livros emprestado, peça ao vizinho a batedeira e ofereça carona à alguém do seu trabalho.
Hoje em dia existem aplicativos que auxiliam nessas trocas ou até mesmo grupo de whats app do condomínio. Num prédio de 30 apartamentos não precisam existir 30 furadeiras e escadas de construção, certo?
Se você acampa uma vez na vida, não precisa ir correndo comprar todos os equipamentos necessários, peça à um amigo ou colega de trabalho que já tenha. Aproveita e pede dicas do melhor repelente e das melhores trilhas pra conhecer.
- Consumo consciente: FUNCIONALIDADE & QUALIDADE
Antes de decidir comprar algo, tipo uma roupa, faça algumas perguntas chave: Eu me sinto incrível? Esta peça combina com o que eu já tenho? Este material é de boa qualidade, vou conseguir usar por vários anos? É fácil de lavar, precisa passar, precisa de algum cuidado especial? Esta loja é socialmente responsável?
Ao comprar móveis, por exemplo, procure por itens multifuncionais e de vida longa. Prefira peças versáteis e que servem pra vários propósitos, como um banco que pode servir como baú de brinquedos, uma mesa que recolhe e não ocupa espaço da sala, ou um sapato leve e confortável fácil de carregar na próxima viagem.
Tenha apenas itens que você curte, que te tragam boas memórias e sejam úteis. Descarte/Doe todo o resto.
- Invista em Mais Experiências e Menos Coisas
Experimente gastar mais dinheiro em experiências e relacionamento do que com itens de marca ou de pouca durabilidade. Valorize as pessoas que estão ao seu lado, e não marcas pra estampar numa bolsa.
Você está tendo tempo livre pra fazer o que gosta ou vendendo seu tempo pra comprar mais coisas das quais não precisa?
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- Mantenha as superfícies o mais limpa possível
Bagunça atrai bagunça. Se você tiver muitos itens nas bancadas e prateleiras vai atrair qualquer item extra com mais rapidez que consiga controlar. Também é mais fácil de limpar e tirar o pó quanto menos coisas tiver.
O excesso de coisas nos desvia a atenção do que realmente importa. É preciso aprender à ficar no silêncio, à não fazer nada, à sentar no escuro e se sentir bem consigo mesmo. Precisamos dominar a ansiedade de estar sempre pensando NO QUE FALTA.
Quando você cria espaço em branco na sua vida, você remove as distrações que impedem de ser quem você é e o que deseja fazer.
Compreender nossas prioridades permite oportunidades. Quando sabemos quem somos, e o que realmente devemos fazer, temos o luxo de identificar o caminho que queremos levar na vida. Sobra tempo e dinheiro pra fazer o que se gosta.
Tem gente que vai perceber que gosta de cozinhar, tem outro que gosta de desenhar, ou talvez seja fascinado por esportes. Você vai encontrar diversos livros e autores defendendo QUAL O CAMINHO DA FELICIDADE, mas no final das contas isso é tão pessoal. Somos diferentes (graças à Deus) e cada um vai percorrer um caminho diferente.
Nem todo mundo vai gostar de brócolis,
nem todo mundo vai amar ouvir Rita Lee.
Mas é importante abrir os espaços necessários pra conseguir chegar à essas conclusões. Coisas demais nos sufocam.
Aplique o minimalismo em mais do que só Coisas.
Minimalismo é fazer as coisas com intenção, dar atenção ao que é essencial.
Joshua Becker, um grande autor e praticante do conceito minimalista, conta que decidiu mudar o seu estilo de vida quando percebeu que num final de semana ensolarado, se viu obrigado à limpar a garagem cheia de tralhas que não usava enquanto o filho o chamava pra brincar na rua, e ele “não podia”, porque tinha uma “tarefa importante” pra terminar.
Joshua diz que ficou muito mexido quando se deu conta que estava dando mais atenção à objetos empoeirados que se acumulavam em casa, do que ao próprio filho que ansiava pela sua presença enquanto momentos valiosos se passavam.
Ao fazer algo, pergunte-se sempre “POR QUE estou fazendo isso?” Qual a INTENÇÃO?
Por que estou passando essas roupas? Esta é mesmo a maneira que quero passar meu tempo livre?
Esse suco verde todas as manhãs, é algo realmente valioso pra mim? Ou só estou seguindo o que algum guru/ blogueira lifestyle disse?
Não há mal nenhum em seguir as recomendações e os conselhos dos outros, ouvir atentamente, experimentar uma nova ideia, testar, mas se não funcionar para você, solte e desapegue. Acordar às 5 horas da manhã pode não ser para todo mundo… e tudo bem.
Ir deitar com a cozinha limpa, como muitos ‘gurus’ recomendam, pode não ser pra você, e tudo bem. (Como cheguei à conclusão, depois da tentativa, que não é pra mim).
E só pra esclarecer, nem sempre estaremos fazendo tudo o que queremos simplesmente por prazer, eu sei. Existem tarefas da casa, exigências de saúde e alimentação, que nem sempre serão agradáveis, faz parte. Mas quando você parar pra se perguntar, e existir um outro caminho que não lhe cause mal, repense sua decisão. Muitas das atividades que você está fazendo hoje podem ser só pra preencher um vazio ou a expectativa de outros, mas que não são as suas próprias intenções.
Já pensou nisso?